Quando o tempo ousa perceber
As mudanças das marés
Sensações se dispersam
No rastro de novos sonhos
Então tudo o que está preso
Se descola de velhas medidas
Reinventando movimentos
De caleidoscópios distintos
Quase cheios de formas
Que se agitam e se perdem
Nas cores de memórias distantes.
Virgínia Heine
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Despedida
Um dia
Você me chegou menino,
Sorriso no bolso
E sonhos a um tostão.
Um dia
Nos apalpamos as diferenças
E contando estrelas,
Gritamos ilusões.
Um dia
Nos pensamos um,
Construímos esperanças
E brindamos ao amor.
Um dia
Multiplicamos intenções
E num rasgo de eternidade,
Nos ampliamos outras vidas.
Um dia
Eclipsamos fantasias,
Nos olhamos modestamente
E concordamos as distâncias.
Um dia
O homem arquivou o sorriso
E esquecendo-se do menino,
Fez do brilho um comércio último tipo.
Um dia
Enforcado em gravatas,
Perdeu-se em incontáveis máscaras
E embriagou-se de emoções a granel.
Um dia
Perdi toda a intimidade
Olhei bem...vi um estranho,
E fui embora dizendo adeus.
Virgínia Heine
Você me chegou menino,
Sorriso no bolso
E sonhos a um tostão.
Um dia
Nos apalpamos as diferenças
E contando estrelas,
Gritamos ilusões.
Um dia
Nos pensamos um,
Construímos esperanças
E brindamos ao amor.
Um dia
Multiplicamos intenções
E num rasgo de eternidade,
Nos ampliamos outras vidas.
Um dia
Eclipsamos fantasias,
Nos olhamos modestamente
E concordamos as distâncias.
Um dia
O homem arquivou o sorriso
E esquecendo-se do menino,
Fez do brilho um comércio último tipo.
Um dia
Enforcado em gravatas,
Perdeu-se em incontáveis máscaras
E embriagou-se de emoções a granel.
Um dia
Perdi toda a intimidade
Olhei bem...vi um estranho,
E fui embora dizendo adeus.
Virgínia Heine
Maria José
José de Maria ou Maria de José
Maria e José Maria José
Agreste que nem José
Meio Maria em meio a Josés
Maria sem nome nem sobrenome
Maria sem nenhum José
Maria sem querer porque quem quer
Pode ser José mas não Maria
Negra Maria cor da noite
Crente que nem Maria
Nefasta é a marca que traz no corpo
De Maria mas podia ser de José
Mas não é porque Maria esqueceu que quer.
Virgínia Heine
Maria e José Maria José
Agreste que nem José
Meio Maria em meio a Josés
Maria sem nome nem sobrenome
Maria sem nenhum José
Maria sem querer porque quem quer
Pode ser José mas não Maria
Negra Maria cor da noite
Crente que nem Maria
Nefasta é a marca que traz no corpo
De Maria mas podia ser de José
Mas não é porque Maria esqueceu que quer.
Virgínia Heine
Duda
Um olhar de sofrimento acostumado
Muitos passos pisados no chão do tempo
O ritmo é idoso e cadenciado
Marcas de desesperanças em rugas
Abrindo-se em vincos no rosto negro
Um breve andar de árida emoção
Seca rudeza retirante
Dorso curvado a anunciar o fim
O desejo constante da partida
Apagando a magia do que sorria fácil
Um incontrolável tremor de repente
Faz protelar a hora que não tarda a chegar.
Virgínia Heine
Muitos passos pisados no chão do tempo
O ritmo é idoso e cadenciado
Marcas de desesperanças em rugas
Abrindo-se em vincos no rosto negro
Um breve andar de árida emoção
Seca rudeza retirante
Dorso curvado a anunciar o fim
O desejo constante da partida
Apagando a magia do que sorria fácil
Um incontrolável tremor de repente
Faz protelar a hora que não tarda a chegar.
Virgínia Heine
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Encantamento
Estou vivendo um momento que não consigo denominar a patologia
é um de aperto no peito
e um frio no estômago
com pensamentos dispersados
que ao mesmo tempo me confundem
e me deixa com o gosto suave da alegria
é um sentimento avassalador
que me tira do sério
e também me deixa extremamente séria
tem horas que quero dançar livrementte
e em outros me trancar no quarto escuro da solidão
meu riso é solto, mas
constato um defeito nos meus olhos
que são lágrimas que teimam em vazar
é um contentamento descontente
de uma paixão não correspondida
Mas é também um suave lembrar de momentos mágicos
isso é amor
meu amor?
ou não?
paixões passam enfeitando a vida da gente
Darlene Mello
é um de aperto no peito
e um frio no estômago
com pensamentos dispersados
que ao mesmo tempo me confundem
e me deixa com o gosto suave da alegria
é um sentimento avassalador
que me tira do sério
e também me deixa extremamente séria
tem horas que quero dançar livrementte
e em outros me trancar no quarto escuro da solidão
meu riso é solto, mas
constato um defeito nos meus olhos
que são lágrimas que teimam em vazar
é um contentamento descontente
de uma paixão não correspondida
Mas é também um suave lembrar de momentos mágicos
isso é amor
meu amor?
ou não?
paixões passam enfeitando a vida da gente
Darlene Mello
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Silence in dead words
Suffocate I’m feeling with all
The words crossing my throat
Claiming to leave the shady
Space of my own inside
Suffocate I’m feeling with all
Those meanings stuck in their
Own solitude being speechless
Without their aim of exchanging
Suffocate I’m feeling with all
The immensity of silence claiming
To exist without the demanding
Of slavery distant of my dignity
Suffocate I’m feeling with all
The flood of words coming from
Outside of myself bury me
In my own uselessness
Suffocate I’m feeling with all
The barriers built to shut my
Chances of being down instead of
Existing to create personality to share
I remain quit on my own giving up
To make myself understood
I just move on like a corpse myself.
Virgínia Heine
The words crossing my throat
Claiming to leave the shady
Space of my own inside
Suffocate I’m feeling with all
Those meanings stuck in their
Own solitude being speechless
Without their aim of exchanging
Suffocate I’m feeling with all
The immensity of silence claiming
To exist without the demanding
Of slavery distant of my dignity
Suffocate I’m feeling with all
The flood of words coming from
Outside of myself bury me
In my own uselessness
Suffocate I’m feeling with all
The barriers built to shut my
Chances of being down instead of
Existing to create personality to share
I remain quit on my own giving up
To make myself understood
I just move on like a corpse myself.
Virgínia Heine
Minha docilusão
Chego ao alto do mar
E no fundo do céu,
No cume do mundo.
Até nas estrelas consigo encostar
E o perfume da flor
Quando se espalha no ar
M’ embriaga de vez
E m’inunda de angustia, pois,
Em ti, não consigo tocar.
Fantasia, romance, é tudo ilusão.
Assim pensam os velhos
E seu sábio coração ancião,
Que muito cansado de por aqui sofrer
Prefere não crer que,
Pelos mundos da rua ainda exista paixão
Petrificado coração navegante da seca.
Não procura mais não, pois,
Sem a ilusão do mar
Coração algum pode navegar.
J.P.Guéron
E no fundo do céu,
No cume do mundo.
Até nas estrelas consigo encostar
E o perfume da flor
Quando se espalha no ar
M’ embriaga de vez
E m’inunda de angustia, pois,
Em ti, não consigo tocar.
Fantasia, romance, é tudo ilusão.
Assim pensam os velhos
E seu sábio coração ancião,
Que muito cansado de por aqui sofrer
Prefere não crer que,
Pelos mundos da rua ainda exista paixão
Petrificado coração navegante da seca.
Não procura mais não, pois,
Sem a ilusão do mar
Coração algum pode navegar.
J.P.Guéron
Sonhos de-verão
E o sol quente lá fora
Em quanto aqui dentro, ela mora.
Vem o dia, mas vai logo embora,
Se esvai sem demora.
E o sol quente lá fora..
Mas você não me larga
Me agarra sem hora - Ora bola!
- Será que realmente está?
Que é concreto-matéria, tijolo e cimento
Mas não, o cheiro que sinto
que faz tudo tão produto-bruto
É só mais um fruto, do meu coração
E o sol quente lá fora...
E eu prisioneiro.
Não tem sol, não tem mar,
Me satisfaz o seu cheiro
Cheiro que não está, odor que faz sonhar.
Não digo que não vem, pois vem.
Mas vai logo embora,
Como um dia de inverno.
E o sol quente lá fora?
Meu a-mar é extremo
Pode-se dizer: polar
Mas tu não deixas o equador
Preferes a mediocridade para te amornar,
pois temes o frio e repetes a máxima:
“Pés no chão para nunca sangrar!”
-Vamos lá, vamos lá.
embarque comigo para o alto do mar!
J.P.Guéron
Em quanto aqui dentro, ela mora.
Vem o dia, mas vai logo embora,
Se esvai sem demora.
E o sol quente lá fora..
Mas você não me larga
Me agarra sem hora - Ora bola!
- Será que realmente está?
Que é concreto-matéria, tijolo e cimento
Mas não, o cheiro que sinto
que faz tudo tão produto-bruto
É só mais um fruto, do meu coração
E o sol quente lá fora...
E eu prisioneiro.
Não tem sol, não tem mar,
Me satisfaz o seu cheiro
Cheiro que não está, odor que faz sonhar.
Não digo que não vem, pois vem.
Mas vai logo embora,
Como um dia de inverno.
E o sol quente lá fora?
Meu a-mar é extremo
Pode-se dizer: polar
Mas tu não deixas o equador
Preferes a mediocridade para te amornar,
pois temes o frio e repetes a máxima:
“Pés no chão para nunca sangrar!”
-Vamos lá, vamos lá.
embarque comigo para o alto do mar!
J.P.Guéron
sábado, 2 de janeiro de 2010
Oração de fim de ano
Chega o ano novo e sempre chega
Simbolizando de novo ele chega
A ensinar novas possibilidades
De recriação do sonho cansado
Do ano que termina querendo
A despedida do que foi vivido
Como algo que precisa mudar
Chega o ano novo e inventamos
Ilusões novas de recomeço
Deixando para trás as compulsórias
Batalhas incansáveis e fechamos
Os olhos e apertamos os lábios
Em preces a Deus aos deuses
Orixás e nossos mortos divinizados
Chega o ano novo e damos um sentido
A tudo o que não entendemos e
Transformamos o mal em bem querendo
Acreditar que chuva limpa que sol energiza
Que o vento varre todos os males do mundo
Que a noite nos aconchega com seu negro manto e
O dia faz renascer todas as nossas esperanças
Chega o ano novo e queremos esquecer
A dureza da vida e os medos que nos atormentam
E pensamos à meia noite que somos todos irmãos
No sagrado ato de viver e naqueles minutos eternos
Oramos juntos pelo que não podemos jamais sustentar
Sempre que aquela eternidade de meia noite
Se esvai com a novíssima velha rotina recém chegada
Chega o ano novo e sempre chega
Querendo ficar para sempre em tudo
O que amamos e não queremos largar
Chega o ano novo e chega de mansinho
Tentando enganar nossas desilusões
Engrandecer tudo o que é pequeno em nós
Dissipar nossa certeza de finitude
Chega o ano novo e sempre chega...
Virgínia Heine
Simbolizando de novo ele chega
A ensinar novas possibilidades
De recriação do sonho cansado
Do ano que termina querendo
A despedida do que foi vivido
Como algo que precisa mudar
Chega o ano novo e inventamos
Ilusões novas de recomeço
Deixando para trás as compulsórias
Batalhas incansáveis e fechamos
Os olhos e apertamos os lábios
Em preces a Deus aos deuses
Orixás e nossos mortos divinizados
Chega o ano novo e damos um sentido
A tudo o que não entendemos e
Transformamos o mal em bem querendo
Acreditar que chuva limpa que sol energiza
Que o vento varre todos os males do mundo
Que a noite nos aconchega com seu negro manto e
O dia faz renascer todas as nossas esperanças
Chega o ano novo e queremos esquecer
A dureza da vida e os medos que nos atormentam
E pensamos à meia noite que somos todos irmãos
No sagrado ato de viver e naqueles minutos eternos
Oramos juntos pelo que não podemos jamais sustentar
Sempre que aquela eternidade de meia noite
Se esvai com a novíssima velha rotina recém chegada
Chega o ano novo e sempre chega
Querendo ficar para sempre em tudo
O que amamos e não queremos largar
Chega o ano novo e chega de mansinho
Tentando enganar nossas desilusões
Engrandecer tudo o que é pequeno em nós
Dissipar nossa certeza de finitude
Chega o ano novo e sempre chega...
Virgínia Heine
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