segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Madrugada

A noite já descansa na madrugada fresca,
Indicando o sono de quase toda a cidade,
Algum som de um animal noturno lá fora,
Lembra que nem toda a vida ainda dorme.
O silêncio entra pela janela do meu quarto,
Se instala nos cômodos de minha casa,
Só não em mim ele se esconde cansado,
Mas agita manso sensações re-conhecidas.
O vazio do mundo se aconchega em mim,
Grita procurando por palavras redondas,
Que criem ondas de um sentido novo,
Na planície de meu corpo sem sobressaltos.
Velha é a sensação do vazio silenciado,
Pela noite fresca já debruçada na madrugada,
Gritando rouco no silêncio inundado de mim,
Quando a vida dorme na janela de meu quarto.

Virgínia Heine

2 comentários:

  1. Muito inspirada... Que beleza de poema!!!
    "O vazio do mundo se aconchega em mim,
    Grita procurando por palavras redondas,"
    Lindooooo!!!
    Bjs,

    ResponderExcluir
  2. Você sabia que você é minha maior estimuladora? Foi graças a você que tomei coragem de desengavetar meus poemas quase secretos...
    Beijos, minha incentivadora preferida. Te agradeço sempre.

    ResponderExcluir